Antevisão da Vuelta a Andalucia
Espanha continua a ser palco de ciclismo, desta vez com a Vuelta a Andalucia, importante prova que serve de preparação para os primeiros objectivos da temporada de muitos ciclistas.
Percurso
Para começar, os ciclistas enfrentam 155 kms, entre Rincon de la Victoria e Granada. Quatro subidas marcam a primeira fase da etapa, no entanto a decisão da tirada será no Puerto de Monachil (11,2 kms a 6,3%). Esta subida termina a 18,9 kms da chegada e muitos podem ser os cenários, desde um ataque a resultar como um sprint num grupo reduzido.
Uma das etapas decisivas surge logo no segundo dia, com a chegada em alto. A etapa é disputada num sobe e desce constante e o final coincide com uma contagem de montanha de primeira categoria, o Puerto Peña Aguila, subida de 5300 kms a 9,2%, sendo que a fase mais dura é logo a inicial. O último quilómetro é praticamente plano.
A geral sofrerá as alterações finais em Lucena, aquando do contra-relógio de 11,9 kms. O percurso não é plano, longe disso, sendo feito num sobe e desce constante, mas com percentagens bastante reduzidas.
Os sprinters vão ter que esperar até à 4ª etapa. Com chegada em Sevilla, e apesar de um miolo com algumas dificuldades, os homens rápidos devem sorrir e ter a primeira oportunidade para levantar os braços. O final é técnico, sendo os comboios importantes.
A última tirada será mais uma oportunidade para os sprinters. 151,5 kms é o total a percorrer no dia final de competição. A 16,5 kms da chegada existe uma 3ª categoria – o Alto de Jarapalos (5,9 kms a 2,2%) - mas não será suficiente duro para afastar os sprinters.
Favoritos
Tudo se vai decidir na chegada em alto e no contra-relógio, no entanto acreditamos que o último terá uma preponderância maior uma vez que a chegada em alto pode não criar diferenças significativas.
Alejandro Valverde voou, literalmente, na Vuelta a Murcia, onde atacou a mais de 70 quilómetros do final e chegou com larga vantagem para um grupo numeroso. O espanhol já venceu esta prova por 4 ocasiões, a última das quais no ano passado, e quer mais, tendo uma chegada em alto ao seu jeito, um contra-relógio não muito longo e bonificações na chegada. Para além disso, o bloco da Movistar é excelente, destacando-se Winner Anacona e Victor de la Parte.
Alberto Contador arranca para uma nova temporada, querendo estrear-se da melhor forma. O Pistolero costuma começar sempre bem, quem não se recorda das exibições na Volta ao Algarve, e pretende iniciar a sua estadia na Trek com uma vitória, numa prova que ainda não venceu, mas onde já foi 2º. André Cardoso estará ao lado do espanhol, que tem no contra-relógio o seu ponto forte, pois deve ser complicado fazer descolar Valverde na chegada em alto.
Outsiders
Ion Izaguirre foi um dos ciclistas que esteve perto de seguir Alejandro Valverde em Murcia, o que indicia boa forma. O espanhol é dos melhores do mundo em contra-relógios com alguma dificuldade e pode tirar partido disso, já que também é um excelente trepador.
A Team Sky vem com várias opções para liderar a equipa, no entanto acreditamos que Wout Poels será a principal aposta, ele que terminou em 4º na Volta a Comunidad Valenciana. Falhou num dos dias com montanha, mas esteve em destaque na chegada em alto e, ao ser das poucas oportunidades em que se pode mostrar, acreditamos que o holandês vai estar na luta pela vitória e, principalmente, pelo pódio.
Thibaut Pinot esteve mal na Volta a Comunidad Valenciana, devido a uma gripe, mas já teve tempo para recuperar. O ciclista da FDJ tem que começar a mostrar serviço em direção ao Giro e não pode deixar os seus adversários continuarem a marcar pontos, sendo ele dos poucos que pode acompanhar Valverde e Contador na etapa rainha e defender-se no contra-relógio.
Possíveis surpresas
A corrida deve ser discutida pelos nomes acima referidos, mas como estamos no início da temporada alguns corredores podem apresentar uma melhor forma. Tim Wellens foi um dos destaques do Challenge Maiorca, triunfando nas duas provas mais duras, e chega motivado, só que a chegada em alto pode ser demasiado dura para o belga. Como referimos, a Team Sky traz uma forte equipa, sendo que Diego Rosa e Mikel Landa são as outras grandes figuras que podem estar na discussão da corrida, no entanto iniciam aqui a temporada e pode ser uma desvantagem. Atenção ao jovem Sam Oomen, uma das revelações da temporada passada, um dos grandes valores do ciclismo holandês. Rigoberto Uran na Cannondale-Drapac, Warren Barguil na Team Sunweb, Daniel Navarro na Cofidis e Jurgen van den Broeck na LottoNL-Jumbo são ciclistas capazes de finalizar no top 10 mas não mais que isso. Das equipas Profissionais Continentais e Continentais, Pieter Weening e David Belda são as melhores apostas, mas devem perder muito tempo no contra-relógio.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Sebastian Reichenbach e Fabio Felline.