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Entrevista a Nuno Meireles


Nuno Meireles foi mais um ciclista a deixar Portugal para continuar a sua carreira no estrangeiro. Após duas temporadas na LA Alumínios-Antarte, o luso aventurou-se no estrangeiro para representar a recém-formada Equipo Bolivia.

Camisola Amarela (CA) – Antes de tudo, agradecer-te Nuno, pela disponibilidade e por teres aceite responder às nossas questões, é um gosto. Como apareceu o bichinho do ciclismo na tua vida?

Nuno Meireles (NM) – Boa tarde, o gosto é todo meu. Tudo começou numa brincadeira, gostava muito de andar de bicicleta e até que decidi juntar-me àqueles típicos passeios que as lojas organizam ao fim de semana, na altura juntava-me num grupo ao fim de semana na loja do Joaquim Fonseca e até que ele decidiu inscrever-me numa equipa de cadetes, no Clube Ciclismo de Barroselas, já entrei a meio da época e desde ai tenho sempre comigo o bichinho do ciclismo dentro de mim.

CA – Como foi a transição para profissional? Sentiste que te adaptaste bem a outra realidade competitiva?

NM – Sim, acho que consegui adaptar-me rapidamente ao ciclismo profissional, encaramos as provas com outra mentalidade e tive uma grande equipa que me dava ótimos conselhos e isso tornou mais fácil.

CA – Sempre foste um corredor que deste tudo em prol do colectivo. Sentes que por vezes em Portugal o trabalho do gregário é muitas vezes subvalorizado?

NM – A realidade é que o trabalho de gregário é um pouco ingrato, mas é um trabalho que tem que ser feito, e se essa for a minha “missão” gosto de o fazer bem feito. Para as pessoas de fora acho que é um pouco subvalorizado, mas cada vez mais acho que essa mentalidade está a mudar, porque um gregário tem um papel importantíssimo durante toda a etapa. Mas depois de uma etapa se os nossos companheiros e os nossos diretores o reconhecerem isso é ótimo.

CA – Um ex-companheiro teu, o Amaro Antunes, recentemente obteve resultados excelentes na montanha batendo alguns dos melhores do Mundo, do que tu conheces dele, até onde achas que ele pode chegar?

NM – O Amaro é uma pessoa magnifica, acho que tem qualidades para estar no World Tour, provou isso o ano passado e recentemente na Volta a Valencia.

CA – Como surgiu esta oportunidade de ingressares na Equipo Bolivia? Houve contactos por parte de equipas portuguesas após o final da LA?

NM – Consegui ingressar na Equipo Bolívia através do meu treinador, Javier Fernandez Alba, na qual aproveito para lhe agradecer todo o trabalho que tem feito e a toda a equipa do Entrenamiento Ciclismo. Infelizmente não, fui sempre eu que tentei e procurei pelo meu futuro.

CA – Consideras que este projecto da Equipo Bolivia, também com algum apoio estatal, tem potencial para crescer passando para Profissional Continental num futuro breve?

NM – Isso já passa um pouco por parte da direção da Equipo Bolivia, é claro que nós os ciclistas gostávamos que assim fosse, mas só os diretores o podem responder mais concretamente.

CA – O que pensas do colectivo da Equipo Bolivia? Achas que é uma formação bem apetrechada para todos os tipos de terreno e capaz de obter vitórias importantes?

NM – Sim, acho que a Equipo Bolivia é capaz de obter vitórias importantes este ano, temos um ótimo grupo de trabalho com muita qualidade e estou certo que iremos sempre tentar a vitória.

CA – Iniciaste a temporada do Challenge Mallorca, competição onde estiveram algumas equipas do World Tour. Notaste muita diferença em termos de andamento?

NM – Sim, notei um pouco de falta de ritmo, também iniciei a pré época um pouco mais tarde, mas mesmo assim nota-se diferença de andamento, é um ciclismo diferente ao qual estava habituado.

CA – Como será o teu calendário até ao final da temporada, já existe algum programa definido?

NM – Ainda estamos a formar o calendário, como é um novo projeto ainda estão a tentar formar o calendário para toda a temporada.

CA – Tens alguma competição específica onde querias estar bem este ano, com um pico de forma programado para essa prova?

NM – Por enquanto vamos optar por fazer um calendário regular toda a temporada.

CA – A equipa prevê correr na América do Sul, já visitaste a Bolívia e os países deste continente? Se não, tens curiosidade em fazê-lo?

NM – Ainda não tive o prazer de visitar o continente Sul Americano, mas é claro que o gostava de o fazer, principalmente a Bolívia, porque é o país originário desta equipa e seria um gosto visitar.

CA – Quais são os teus objectivos a longo prazo, onde ambicionas chegar?

É claro que todos nós queremos sempre mais e melhor, pois é por isso que trabalhamos, não posso prometer nada em concreto, o que eu posso prometer é que vou deixar tudo na estrada para honrar toda a Equipo Bolívia e todos aqueles que acreditaram neste projeto.

CA – Qual é ao teu ciclista favorito actualmente?

NM – O Valverde pela forma que encara toda a temporada, é fantástico.

Não posso deixar de agradecer a toda a equipa do “Camisola Amarela” por tudo aquilo que tem feito pelo ciclismo, Obrigado!


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